quinta-feira, 7 de julho de 2011

Assim só*

O nada espreguiça-se na minha alma,
o vazio destila-me os sentidos,
a insónia é uma flor por abrir
e as lágrimas esquivam-se
de me lamber o rosto insensível...

O negro que me veste
entranhou-se-me na mente
e a dormência estala 
numa cerimónia muda e sombria.
Tenho o entorpecimento em vez de pele
a envolver-me neste perecer lento...

Se nada está mal
porque não me sinto bem?
Se tenho o que quero
porque não rejubilo?

Ou será que não tenho?




* dedicado àquele que não podia ser mais meu gémeo do que se tivéssemos nascido no mesmo dia...
may the numbness that fills you run scared with the fire of your soul, big brother...


Filipa Epifânio

3 comentários:

  1. Gostei Rosinha...gostei muito :))
    a eterna procura...o eterno descontentamento.
    tens de olhar bem fundo dentro de ti e encontrar a resposta.
    Brisas doces para ti***

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  2. Ainda bem que gostaste :) mas claro que quem escreveu foi a Lipa e está devidamente identificado :P
    Poema lindíssimo dedicado ao mano que saí um bocadinho à mãe em algumas coisas :)
    Mas como dizia a outra "quem saí aos seus não é de genebra" :P

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  3. eu sei que foi a Lipa...ja tinha lido ele no sons da alma...
    brisas doces para ti e um bom fim de semana*

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