sábado, 23 de julho de 2011

Barco Negro

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.

David Mourão Ferreira


5 comentários:

  1. Este poema de David cantado por Amália é de arrepiar...
    Um beijo.

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  2. É sim Graça :) faz ir ás lágrimas...amo este poema cantado por Amália :)
    Beijo

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  3. Olá linda.
    Nem conhecia este poema, mas é fantástico.
    Deixo-te um beijo muito grande.

    Voltei à escrita activa.*

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  4. menina bonita :)) quando queres es mesmo boa e broa tambem
    Excelente a tua escolha...so mostra o teu bom gosto e a tua sensibilidade.
    brisas frescas para ti****

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